Cuidadora humilhada por erros de português ao enviar currículo para asilo recebe ofertas de emprego

Nessa conversa por aplicativo, em que se evidencia uma forma de preconceito, a atendente avaliou a candidata a uma vaga de emprego pelo(a)
A) ausência de autocorreção durante um diálogo.
B) desleixo com a pontuação adequada durante um bate-papo.
C) desprezo pela linguagem utilizada em entrevistas de emprego.
D) descuido com os padrões linguísticos no contexto de busca por emprego.
E) negligência com a correção automática de palavras pelo corretor de textos do celular.

Resolução em texto
Informações Iniciais
- Matérias Necessárias para a Solução da Questão: Leitura e Interpretação de Texto, Análise de Discurso.
- Nível da Questão: Médio.
- Gabarito: Letra D.
- Tema/Objetivo Geral: Analisar como ocorre o preconceito linguístico e de que forma ele é aplicado na avaliação de candidatos a emprego.
🔹 Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo
Comando da Questão:
“Nessa conversa por aplicativo, em que se evidencia uma forma de preconceito, a atendente avaliou a candidata a uma vaga de emprego pelo(a)…”
Explicação Detalhada:
O enunciado apresenta um diálogo de aplicativo no qual a atendente faz críticas e humilha a candidata por erros de português. O questionamento final é: qual aspecto foi realmente levado em conta na avaliação da candidata? Precisamos identificar o foco do preconceito no contexto profissional.
Identificação de Palavras-chave:
- “conversa por aplicativo”
- “forma de preconceito”
- “avaliou a candidata”
- “vaga de emprego”
Definição do Objetivo:
Queremos compreender qual foi o critério que a atendente utilizou para julgar a candidata de forma preconceituosa, e por que isso se configura um preconceito linguístico.
Conselho ao Aluno:
É crucial notar como a linguagem pode se tornar um critério injusto de avaliação de competência profissional. Pense em como você se sentiria se julgassem sua capacidade apenas pelos erros em uma conversa informal.
🔹 Passo 2: Explicação de Conceitos Necessários
1. Preconceito Linguístico
- Trata-se do julgamento ou discriminação de uma pessoa com base em sua forma de falar ou escrever, ignorando suas outras habilidades ou competências.
- Costuma ocorrer quando alguém considera o uso de determinado padrão linguístico como “correto” e inferioriza outras formas de expressão.
2. Contexto de Busca por Emprego
- Em processos de seleção, o candidato costuma ser avaliado por competências técnicas, experiências, comportamento, mas não deveria ser desqualificado somente por questões linguísticas em um ambiente informal (como um aplicativo de mensagens).
- Um erro de ortografia ou concordância pode ocorrer, mas não necessariamente reflete a totalidade da competência profissional.
3. Normas Padrão x Linguagem Cotidiana
- Na comunicação informal (aplicativo), é comum uso de abreviações ou erros pontuais.
- A exigência do padrão culto nesse ambiente pode ser interpretada como exagerada e, ao humilhar o outro por isso, configura preconceito.
🔹 Passo 3: Tradução e Interpretação do Texto
(Coloque-se no lugar da candidata ao emprego.)
Cenário:
- A candidata envia mensagens com alguns “erros de português”.
- A atendente reage de forma humilhante, corrigindo e zombando da candidata.
- O teor do diálogo mostra que a candidata não foi avaliada por suas habilidades de cuidadora, mas sim pelos supostos “erros” na escrita.
Reflexão “Coloque-se no Lugar”:
- Imagine que você precisa de uma vaga e, no ato de enviar seu currículo, a pessoa que te atende começa a apontar erros e a dizer que, por isso, você não conseguirá emprego.
- Esse julgamento ignora completamente sua competência como cuidadora, focando apenas no “descuido linguístico”.
🔹 Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio
- Identificação do Preconceito:
- O texto mostra que a atendente está avaliando a candidata pelo modo como ela escreve no aplicativo.
- Trata-se de preconceito linguístico, pois a atendente despreza a capacidade profissional da candidata com base em “erros de português”.
- Por que não é apenas um “erro informal”?
- Se fosse apenas um erro ortográfico, a atendente poderia ter sido educada, mas não foi: ridicularizou a candidata e disse que “não vai conseguir vaga de trabalho”.
- Portanto, a avaliação não é sobre a capacidade de cuidar de idosos, mas sobre a forma como a candidata se expressa digitalmente.
- O que a Questão Pede?
- Identificar que o preconceito se relaciona ao “descuido com os padrões linguísticos no contexto de busca por emprego” (resposta).
- As outras opções não encaixam tão bem, pois não falam diretamente do preconceito pela linguagem em si.
🔹 Passo 5: Análise das Alternativas e Resolução
A) “ausência de autocorreção durante um diálogo.”
- Não é apenas falta de autocorreção, mas a forma como a atendente usou isso para desqualificar a candidata.
B) “desleixo com a pontuação adequada durante um bate-papo.”
- O foco não é pontuação; há erro de ortografia e vocabulário, mas não se trata de pontuação.
C) “desprezo pela linguagem utilizada em entrevistas de emprego.”
- Não se trata de “desprezo pela linguagem em entrevistas”. Foi um aplicativo informal, nem houve entrevista formal.
D) “descuido com os padrões linguísticos no contexto de busca por emprego.”
- Sim, o preconceito ocorreu porque a candidata não escreveu conforme o padrão culto, e isso foi usado para desqualificá-la.
E) “negligência com a correção automática de palavras pelo corretor de textos do celular.”
- Não faz sentido; não é sobre corretor automático, mas sobre preconceito linguístico.
Alternativa Correta: D.
🔹 Passo 6: Conclusão e Justificativa Final
Resumo do Raciocínio:
- A atendente humilha a candidata por erros de português e não avalia suas competências como cuidadora.
- Isso evidencia preconceito linguístico no contexto de busca de emprego.
- A resposta certa destaca que o critério de avaliação foi o descuido com os padrões linguísticos, gerando preconceito.
Reafirmação da Alternativa Correta:
Alternativa D — “descuido com os padrões linguísticos no contexto de busca por emprego.”
Mensagem Final ao Aluno:
Lembre-se de que, em processos seletivos, a forma de escrever pode ser importante, mas não deve ser o único fator de avaliação. Quando isso ocorre, muitas vezes é sinal de preconceito linguístico, ignorando outras competências profissionais do candidato.