DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE
2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal,
DECRETA:
Art. 1.° Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2.° Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3.° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007.
119.° da República e 48.° de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 201
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ineficiência”, indica
A) conclusão de uma ação.
B) realização de um evento.
C) repetição de uma prática.
D) continuidade de um processo.
E) transferência de responsabilidade

Matérias Necessárias para a Solução da Questão
- Interpretação de texto
- Funções de linguagem
- Análise de figuras de linguagem
Nível da Questão: Médio.
Gabarito: Letra D.
Resolução Passo a Passo
Passo 1: Análise do Comando e Objetivo
O enunciado nos apresenta um decreto humorístico que proíbe o uso do gerúndio, em uma ironia sobre a ineficiência de processos administrativos. A questão pede que, com base no contexto, identifiquemos o que o uso do gerúndio representa neste decreto. O objetivo da questão é analisar como o gerúndio é empregado no contexto da linguagem e o que ele simboliza no discurso.
Passo 2: Tradução e Interpretação do Texto
O decreto finge que o gerúndio é uma “desculpa” para a ineficiência de ações governamentais. O gerúndio, com a terminação “ndo”, indica uma ação em andamento ou uma continuidade de processos. No caso do texto, o uso do gerúndio não descreve a finalização ou conclusão de uma tarefa, mas sim o prolongamento de ações que nunca chegam a ser concluídas. Assim, o humor no decreto está no fato de que os gestores estão “sempre fazendo algo”, mas nunca realmente terminando.
Passo 3: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários
- Gerúndio: O gerúndio, na gramática da língua portuguesa, é uma forma verbal que indica uma ação em andamento, contínua ou não finalizada. Exemplo: “estou fazendo” (indica que a ação de fazer está acontecendo neste momento).
- Ineficiente: Algo ineficiente não cumpre sua função de maneira eficaz ou não entrega resultados desejados.
- Uso irônico do gerúndio: O decreto utiliza o gerúndio de forma irônica para criticar a postura de quem faz algo de forma contínua, mas sem concluir ou resolver o problema, perpetuando um estado de ineficiência.
Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio
O uso do gerúndio no contexto do decreto faz referência a uma atitude recorrente em processos administrativos que nunca terminam. Quando alguém diz “estou fazendo”, mas nunca termina o trabalho, o gerúndio sugere que o processo está em andamento, mas nunca chega ao fim. Essa “continuidade” das ações, sem resultados, é a razão pela qual o decreto decide proibir o gerúndio: ele é visto como um disfarce para a falta de resultados concretos. O objetivo aqui é ironizar e criticar a ineficiência do governo ao não concluir tarefas, sempre deixando-as “em andamento”.
Passo 5: Análise das Alternativas
Alternativa A: “Conclusão de uma ação.”
- Errada: O gerúndio não implica em conclusão, mas sim em continuidade. O uso do gerúndio no texto do decreto é uma crítica à continuidade sem resultado final, ou seja, a ação está sempre em progresso, mas nunca é concluída.
Alternativa B: “Realização de um evento.”
- Errada: O gerúndio não está se referindo a eventos específicos ou a algo que tenha um começo e um fim claro. Ele é utilizado para indicar processos contínuos, não eventos pontuais.
Alternativa C: “Repetição de uma prática.”
- Errada: Embora o gerúndio possa ser usado para indicar repetição, no contexto do decreto, o foco não está na repetição de uma prática, mas na ideia de que o processo está sempre em andamento sem ser concluído.
Alternativa D: “Continuidade de um processo.”
- Certa: O gerúndio é usado para indicar continuidade, ou seja, ações que estão em andamento, sem uma conclusão visível. O decreto ironiza justamente esse comportamento, mostrando que os processos estão sempre em progresso, mas sem resultados.
Alternativa E: “Transferência de responsabilidade.”
- Errada: O gerúndio não está sendo usado para transferir responsabilidade, mas para indicar um processo contínuo e não finalizado. O objetivo é criticar a ineficiência, não delegar culpa a outra parte.
Passo 6: Conclusão e Justificativa Final
Conclusão:
O uso do gerúndio no decreto destaca uma crítica à ineficiência de processos que nunca chegam a um fim concreto, perpetuando-se continuamente. O gerúndio indica continuidade, sugerindo que a ação nunca se completa ou resolve. Por isso, a alternativa D é a correta, pois captura de forma precisa a ideia de um processo contínuo e sem conclusão.
Resumo Final:
A questão trata da ironia no uso do gerúndio, que simboliza a continuidade sem resultado final. A alternativa D é correta, pois a proibição do gerúndio visa interromper o comportamento de perpetuar processos sem conclusão, um reflexo da ineficiência.