Questão 97 caderno azul ENEM 2019 PPL

O ácido ricinoleico, um ácido graxo funcionalizado, cuja nomenclatura oficial é ácido D-(−)-12-hidroxioctadec-cis-9-enoico, é obtido da hidrólise ácida do óleo de mamona. As aplicações do ácido ricinoleico na indústria são inúmeras, podendo ser empregado desde a fabricação de cosméticos até a síntese de alguns polímeros.

Para uma amostra de solução desse ácido, o uso de um polarímetro permite determinar o ângulo de

A) refração.  

B) reflexão.  

C) difração.  

D) giro levógiro.  

E) giro destrógiro.

Resolução em Texto

📚 Matérias Necessárias para a Solução

  • Química Orgânica
  • Isomeria óptica (quiralidade e atividade óptica)
  • Instrumentação (polarímetro)

🔢 Nível da Questão

🔹Difícil (por causa da pegadinha da nomenclatura D/–, que confunde muitos alunos)

✅ Gabarito

  • D) giro levógiro

📝 Resolução Passo a Passo


🔍 Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo

O enunciado afirma que:

“Para uma amostra de solução desse ácido, o uso de um polarímetro permite determinar o ângulo de…”

✅ O objetivo é identificar o que o polarímetro mede em uma solução de substância opticamente ativa, como o ácido ricinoleico.


📖 Passo 2: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários

🔹 Atividade óptica
Algumas moléculas são quirais: possuem carbono assimétrico e desviam o plano da luz polarizada. Elas são chamadas de opticamente ativas.

🔹 Polarímetro
É o aparelho que mede o ângulo de desvio da luz polarizada ao atravessar uma substância opticamente ativa.

🔹 Desvios ópticos possíveis:

  • Levógiro (–): desvia a luz para a esquerda (sentido anti-horário).
  • Dextrógiro (+): desvia para a direita (sentido horário).

🔹 Símbolos na nomenclatura:

  • D ou L (Fischer): diz respeito à configuração relativa (comparação com gliceraldeído padrão), não ao sentido do desvio óptico.
  • (+) ou (–): indicam o sentido real do desvio da luz, medido no polarímetro.

🔎 Pegadinha identificada:

O composto se chama D-(–)-12-hidroxi…

O “D” não significa dextrógiro (→).
O “–” sim, significa levógiro (←).
➡️ Muitos caem na armadilha de associar D com giro para a direita, mas é o sinal (–) que realmente informa isso.


📌 Passo 3: Interpretação e Tradução do Texto

Repare neste trecho:

“…o uso de um polarímetro permite determinar o ângulo de…”

Só o polarímetro é capaz de medir experimentalmente esse desvio, e o texto já adianta que o ácido ricinoleico é do tipo D-(–), ou seja, sua rotação é:

Levógira (sinal “–”) → anti-horário


🧮 Passo 4: Análise das Alternativas

A) refração ❌

✖ Medida da mudança de direção da luz ao passar de um meio para outro — não é feita com polarímetro.

B) reflexão ❌

✖ A luz que volta ao atingir uma superfície — nada a ver com rotação óptica.

C) difração ❌

✖ Fenômeno de desvio da luz por obstáculos ou fendas — ocorre em física da luz, não tem relação com isomeria óptica.

D) giro levógiro

✔ Corretíssima!
A substância opticamente ativa desvia a luz para a esquerda, e o polarímetro mede esse ângulo.

E) giro destrógiro ❌

✖ Pegadinha clássica: o “D” na nomenclatura não significa destrógiro. O sinal “–” indica levógiro, logo a rotação vai para a esquerda.


🎯Passo 5: Conclusão e Justificativa Final

A substância em questão, o ácido ricinoleico, é opticamente ativa, e o aparelho polarímetro é utilizado justamente para medir o ângulo de desvio da luz polarizada.
Apesar do nome conter “D”, o que importa é o sinal (–), que revela que a molécula é levógira. Portanto, o polarímetro mede o ângulo de giro levógiro.

✅ Gabarito confirmado: Alternativa D

Inscreva-se na
nossa newsletter!