O quilombo serviu para o desbravamento das florestas além da zona de penetração dos brancos e para a descoberta de novas fontes de riquezas. Na capitania e depois província do Rio de Janeiro, as fontes documentais sugerem que os quilombolas de Iguaçu mantinham um intenso comércio de madeira com a Corte e também empregavam-se como trabalhadores nas fazendas de proprietários que contratavam negro fugido.
REIS, J. J. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.
Revista USP, n. 28, dez.-fev. 1996 (adaptado).
De acordo com o texto, qual estratégia de resistência e sobrevivência foi utilizada por indivíduos quilombolas?
A) Combate à cultura indígena.
B) Apropriação da terra senhorial.
C) Repúdio às forças bandeirantes.
D) Compra da emancipação definitiva.
E) Articulação à economia mercantil.

Resolução em texto
Matérias Necessárias para a Solução da Questão: História do Brasil (período colonial, quilombos, resistência escrava).
Nível da Questão: Médio
Gabarito: E (Articulação à economia mercantil)
Tema/Objetivo Geral (Opcional): Analisar como comunidades quilombolas, além de resistirem à opressão, desenvolveram estratégias de sobrevivência e inserção econômica na sociedade colonial.
Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo
📌 Retomar o Comando da Questão:
“De acordo com o texto, qual estratégia de resistência e sobrevivência foi utilizada por indivíduos quilombolas?”
🔹 Explicação Detalhada:
O enunciado descreve a dinâmica dos quilombolas de Iguaçu, no Rio de Janeiro, que atuavam no comércio de madeira e também se empregavam nas fazendas como trabalhadores. Quer-se saber qual estratégia de resistência e sobrevivência isso representa.
✔ Identificação de Palavras-chave:
- “Quilombo”
- “Comércio de madeira com a Corte”
- “Empregavam-se como trabalhadores”
- “Estratégia de resistência e sobrevivência”
📌 Definição do Objetivo:
Encontrar, entre as alternativas, a prática socioeconômica utilizada pelos quilombolas que lhes permitiu sobreviver e resistir dentro do contexto colonial.
Transição para o Passo 2:
“Agora que entendemos o comando, vamos explicar os conceitos e conteúdos necessários.”
Passo 2: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários
📌 Conceitos Teóricos Essenciais:
- Quilombos: Espaços de resistência de pessoas escravizadas que fugiam do cativeiro. Podiam estabelecer laços comerciais ou de trabalho com o mundo colonial.
- Economia mercantil colonial: Envolvia comércio de madeira, açúcar, ouro, entre outros produtos. Os quilombolas podiam se inserir nesse sistema para obter recursos.
Transição para o Passo 3:
“Com esses conceitos, vamos interpretar como o texto descreve essa articulação econômica.”
Passo 3: Tradução e Interpretação do Texto
📌 Análise do Contexto:
- O texto fala do quilombo de Iguaçu, que não apenas se isolava, mas participava do comércio (madeira) e prestava serviços a fazendas.
- Isso indica uma estratégia de resistência que não se limitava ao confronto, mas também à inserção econômica.
🔹 Identificação de Frases-chave:
- “Mantinham um intenso comércio de madeira com a Corte”
- “Empregavam-se como trabalhadores nas fazendas”
✔ Relação com os Conteúdos:
- Revela que, além de resistir, os quilombolas faziam parte da economia colonial, usando esse artifício para sobreviver e obter recursos.
Transição para o Passo 4:
“Agora, vamos desenvolver o raciocínio que explica por que isso é uma articulação com a economia mercantil.”
Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio
📌 Resolução Completa:
- Os quilombolas, em vez de se manterem completamente isolados, estabeleceram relações comerciais (madeira) e de trabalho com brancos.
- Essa participação na economia mercantil local garantia renda e estabilidade para o quilombo, sem deixar de ser uma forma de resistência.
- Assim, eles ampliavam sua autonomia e garantiam meios de subsistência, mesmo sob o regime escravista.
🔹 Explicação da Lógica:
- As demais estratégias (como compra de alforria, combate direto, etc.) não aparecem no texto. O que se destaca é o vínculo comercial e laboral.
Transição para o Passo 5:
“Vamos analisar as alternativas e justificar a correta.”
Passo 5: Análise das Alternativas e Resolução
📌 Reescrevendo as Alternativas:
A) Combate à cultura indígena.
B) Apropriação da terra senhorial.
C) Repúdio às forças bandeirantes.
D) Compra da emancipação definitiva.
E) Articulação à economia mercantil.
✅ Justificativa da Alternativa Correta (E):
- O texto mostra que os quilombolas comercializavam madeira e prestavam serviços, o que representa justamente uma articulação com a economia mercantil colonial.
❌ Análise das Alternativas Incorretas:
- A (Combate à cultura indígena): Nada no texto indica conflito com indígenas.
- B (Apropriação da terra senhorial): Não há menção de tomar terras de senhores.
- C (Repúdio às forças bandeirantes): O texto não discute confronto direto com bandeirantes.
- D (Compra da emancipação definitiva): Não trata de alforria ou compra de liberdade.
Transição para o Passo 6:
“Por fim, vamos concluir com o resumo e a justificativa final.”
Passo 6: Conclusão e Justificativa Final
📌 Resumo do Raciocínio:
- O texto revela que os quilombolas de Iguaçu se inseriam no comércio local e trabalhavam em fazendas, demonstrando uma estratégia de sobrevivência baseada em laços econômicos com a sociedade colonial.
📌 Reafirmação da Alternativa Correta:
A alternativa correta é E (Articulação à economia mercantil).
🔍 Resumo Final:
Ao vender madeira e se empregar em fazendas, os quilombolas encontraram na participação econômica uma via de resistência e manutenção do quilombo, reforçando sua autonomia em meio ao regime escravista.