A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
Nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:
A) Controle da terra.
B) Liberdade de culto.
C) Igualdade de gênero.
D) Exclusão dos militares.
E) Exigência da alfabetização.

Resolução em Texto
Matérias Necessárias para a Solução
- História Antiga: Organização política das cidades-Estado gregas.
- Filosofia Política: Conceito de cidadania na Grécia Antiga.
- Estratificação Social: Diferença entre aristocracia, oligarquia e democracia.
- Geopolítica Antiga: A relação entre propriedade da terra e participação política.
Nível da Questão Médio.
Gabarito A) Controle da terra.
Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo
O enunciado questiona os critérios de participação política nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica, destacando que a proporção de cidadãos variava conforme o regime político adotado.
Palavras-chave: “soberania dos cidadãos”, “proporção dos cidadãos”, “participação política”.
Objetivo: Identificar qual critério era fundamental para definir quem poderia participar das decisões políticas nessas sociedades.
Passo 2: Tradução e Interpretação do Texto
- Cidadania na Antiguidade Clássica
- O conceito de cidadania era diferente do atual. Não incluía todos os habitantes da pólis, mas sim um grupo restrito, geralmente formado por homens livres e proprietários de terra.
- Em regimes como a aristocracia e a oligarquia, a cidadania era ainda mais restrita.
- Já nas democracias, especialmente em Atenas, a cidadania se ampliava, mas ainda assim estava longe de ser universal.
- Variação na Proporção de Cidadãos
- Em Esparta, por exemplo, apenas uma pequena elite tinha direitos políticos, enquanto a maioria da população (hilotas e periecos) era excluída.
- Em Atenas, a democracia ampliou a participação política, mas ainda excluía mulheres, estrangeiros e escravizados.
- Conclusão parcial: O critério mais determinante para a participação política era o controle da terra, pois a posse de terras garantia autossuficiência econômica, algo considerado essencial para um cidadão grego exercer suas funções na pólis.
Passo 3: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários
- Cidade-Estado (Pólis)
- As cidades-Estado gregas eram politicamente autônomas, cada uma com suas próprias leis e sistemas de governo.
- O conceito de cidadania era limitado a um grupo específico de homens, que possuíam terras e não dependiam de outros para sobreviver.
- Critério para a Cidadania
- O fator mais importante para definir quem era cidadão não era a alfabetização, liberdade religiosa ou serviço militar, mas sim a posse de terras.
- Isso se devia à crença de que apenas aqueles que não dependiam do trabalho manual para sobreviver podiam se dedicar à política.
- Sistemas de Governo
- Aristocracia: Governo da elite nobre, restringia a cidadania à nobreza proprietária.
- Oligarquia: Governo de poucos, geralmente ricos proprietários de terra ou comerciantes poderosos.
- Democracia Ateniense: Ampliava a participação, mas ainda assim excluía diversos grupos.
Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio
A cidadania na Grécia Antiga não era baseada em critérios universais, mas sim em fatores econômicos e sociais.
- O critério principal para a participação política era a posse de terras.
- Isso ocorria porque o cidadão ideal deveria ser autossuficiente, sem depender do comércio ou do trabalho braçal para viver.
- Por esse motivo, escravizados, estrangeiros, artesãos e mulheres eram excluídos do sistema político.
Essa lógica se refletia em todas as formas de governo da pólis, variando apenas no número de pessoas incluídas no corpo cívico.
Portanto, o controle da terra foi o critério determinante para a cidadania, o que confirma a alternativa A.
Passo 5: Análise das Alternativas e Resolução
A) Controle da terra.
✅ Correta. A posse de terras era o principal critério para a cidadania nas cidades-Estado gregas.
B) Liberdade de culto.
❌ Errada. A religião não era um critério para a cidadania na Grécia Antiga. Embora houvesse festividades religiosas associadas ao Estado, a participação política não dependia da crença religiosa.
C) Igualdade de gênero.
❌ Errada. A cidadania era exclusivamente masculina, e as mulheres eram totalmente excluídas da política.
D) Exclusão dos militares.
❌ Errada. Pelo contrário, a participação militar era uma obrigação dos cidadãos. Em Esparta, por exemplo, apenas os guerreiros espartanos eram cidadãos plenos.
E) Exigência da alfabetização.
❌ Errada. A alfabetização não era um critério determinante para a cidadania, pois muitos cidadãos não sabiam ler ou escrever, mas possuíam terras.
✅ Alternativa correta: A) Controle da terra.
Passo 6: Conclusão e Justificativa Final
A cidadania na Grécia Antiga não era universal, sendo restrita a um grupo privilegiado. O critério fundamental para a participação política era a posse de terras, pois apenas os proprietários eram considerados autônomos e capazes de contribuir para a pólis.
Esse critério variava conforme o regime político adotado, mas sempre manteve a exclusão de mulheres, escravizados e estrangeiros.
🔎 Resumo Final: O direito à cidadania era definido pelo controle da terra, pois a política era vista como uma atividade exclusiva dos proprietários.
Gabarito: A.