Questão 79, caderno azul do ENEM 2019 – DIA 1

A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

A) Controle da terra.

B) Liberdade de culto.

C) Igualdade de gênero.

D) Exclusão dos militares.

E) Exigência da alfabetização.

Resolução em Texto

Matérias Necessárias para a Solução

  • História Antiga: Organização política das cidades-Estado gregas.
  • Filosofia Política: Conceito de cidadania na Grécia Antiga.
  • Estratificação Social: Diferença entre aristocracia, oligarquia e democracia.
  • Geopolítica Antiga: A relação entre propriedade da terra e participação política.

Nível da Questão Médio.

Gabarito A) Controle da terra.


Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo

O enunciado questiona os critérios de participação política nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica, destacando que a proporção de cidadãos variava conforme o regime político adotado.

Palavras-chave: “soberania dos cidadãos”, “proporção dos cidadãos”, “participação política”.

Objetivo: Identificar qual critério era fundamental para definir quem poderia participar das decisões políticas nessas sociedades.


Passo 2: Tradução e Interpretação do Texto

  1. Cidadania na Antiguidade Clássica
    • O conceito de cidadania era diferente do atual. Não incluía todos os habitantes da pólis, mas sim um grupo restrito, geralmente formado por homens livres e proprietários de terra.
    • Em regimes como a aristocracia e a oligarquia, a cidadania era ainda mais restrita.
    • Já nas democracias, especialmente em Atenas, a cidadania se ampliava, mas ainda assim estava longe de ser universal.
  2. Variação na Proporção de Cidadãos
    • Em Esparta, por exemplo, apenas uma pequena elite tinha direitos políticos, enquanto a maioria da população (hilotas e periecos) era excluída.
    • Em Atenas, a democracia ampliou a participação política, mas ainda excluía mulheres, estrangeiros e escravizados.
  3. Conclusão parcial: O critério mais determinante para a participação política era o controle da terra, pois a posse de terras garantia autossuficiência econômica, algo considerado essencial para um cidadão grego exercer suas funções na pólis.

Passo 3: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários

  1. Cidade-Estado (Pólis)
    • As cidades-Estado gregas eram politicamente autônomas, cada uma com suas próprias leis e sistemas de governo.
    • O conceito de cidadania era limitado a um grupo específico de homens, que possuíam terras e não dependiam de outros para sobreviver.
  2. Critério para a Cidadania
    • O fator mais importante para definir quem era cidadão não era a alfabetização, liberdade religiosa ou serviço militar, mas sim a posse de terras.
    • Isso se devia à crença de que apenas aqueles que não dependiam do trabalho manual para sobreviver podiam se dedicar à política.
  3. Sistemas de Governo
    • Aristocracia: Governo da elite nobre, restringia a cidadania à nobreza proprietária.
    • Oligarquia: Governo de poucos, geralmente ricos proprietários de terra ou comerciantes poderosos.
    • Democracia Ateniense: Ampliava a participação, mas ainda assim excluía diversos grupos.

Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio

A cidadania na Grécia Antiga não era baseada em critérios universais, mas sim em fatores econômicos e sociais.

  • O critério principal para a participação política era a posse de terras.
  • Isso ocorria porque o cidadão ideal deveria ser autossuficiente, sem depender do comércio ou do trabalho braçal para viver.
  • Por esse motivo, escravizados, estrangeiros, artesãos e mulheres eram excluídos do sistema político.

Essa lógica se refletia em todas as formas de governo da pólis, variando apenas no número de pessoas incluídas no corpo cívico.

Portanto, o controle da terra foi o critério determinante para a cidadania, o que confirma a alternativa A.


Passo 5: Análise das Alternativas e Resolução

A) Controle da terra.
Correta. A posse de terras era o principal critério para a cidadania nas cidades-Estado gregas.

B) Liberdade de culto.
Errada. A religião não era um critério para a cidadania na Grécia Antiga. Embora houvesse festividades religiosas associadas ao Estado, a participação política não dependia da crença religiosa.

C) Igualdade de gênero.
Errada. A cidadania era exclusivamente masculina, e as mulheres eram totalmente excluídas da política.

D) Exclusão dos militares.
Errada. Pelo contrário, a participação militar era uma obrigação dos cidadãos. Em Esparta, por exemplo, apenas os guerreiros espartanos eram cidadãos plenos.

E) Exigência da alfabetização.
Errada. A alfabetização não era um critério determinante para a cidadania, pois muitos cidadãos não sabiam ler ou escrever, mas possuíam terras.

Alternativa correta: A) Controle da terra.


Passo 6: Conclusão e Justificativa Final

A cidadania na Grécia Antiga não era universal, sendo restrita a um grupo privilegiado. O critério fundamental para a participação política era a posse de terras, pois apenas os proprietários eram considerados autônomos e capazes de contribuir para a pólis.

Esse critério variava conforme o regime político adotado, mas sempre manteve a exclusão de mulheres, escravizados e estrangeiros.

🔎 Resumo Final: O direito à cidadania era definido pelo controle da terra, pois a política era vista como uma atividade exclusiva dos proprietários.

Gabarito: A.

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