
D’SALETE, M. Cumbe. São Paulo: Veneta, 2018, p. 10-11 (adaptado).
A sequência dos quadrinhos conjuga lirismo e violência ao
A)sugerir a impossibilidade de manutenção dos afetos.
B) revelar os corpos marcados pela brutalidade colonial.
C) representar o abatimento diante da desumanidade vivida.
D) acentuar a resistência identitária dos povos escravizados.
E) expor os sujeitos alijados de sua ancestralidade pelo exílio.

Resolução em Texto
Matérias Necessárias para a Solução:
- História
- Literatura e análise de narrativas gráficas
- Sociologia
Nível da Questão: Médio
Gabarito: Letra D
1º Passo: Análise do Comando e Definição do Objetivo
Comando da Questão:
Interpretar a conjugação de lirismo e violência nos quadrinhos e identificar como isso contribui para o tema central da resistência identitária.
Palavras-chave:
- “lirismo e violência”
- “resistência identitária”
- “povos escravizados”
Objetivo:
Identificar de que maneira os elementos visuais e textuais sugerem resistência e preservação da identidade cultural, mesmo em um contexto de violência colonial.
Dica Geral:
⚠️ Preste atenção nos símbolos e elementos visuais que reforçam a conexão com a ancestralidade e a resistência, mesmo em situações de opressão.
2º Passo: Tradução e Interpretação do Texto e Imagem
Os quadrinhos apresentam:
- Elementos visuais: Marcas nos corpos, paisagem marcada por abandono e brutalidade, e uma linguagem simbólica que remete à ancestralidade e ao desejo de liberdade.
- Elementos textuais: Menções ao “calunga” (uma referência ao mar, que simboliza a travessia forçada dos escravizados e a ligação com o mundo espiritual) e ao desejo de reencontro em “outra terra”.
Esses elementos combinam lirismo — pela conexão com a memória, os afetos e a cultura — e violência — pelos corpos marcados e pela opressão explícita.
Conclusão parcial:
Os quadrinhos enfatizam a resistência identitária dos escravizados, representada pela preservação de laços afetivos e espirituais, mesmo em um contexto de extrema brutalidade.
3º Passo: Explicação de Conceitos Necessários
- Calunga: No contexto afro-brasileiro, refere-se tanto ao mar quanto ao limite entre o mundo físico e espiritual. Representa o sofrimento da travessia do Atlântico e a conexão com os ancestrais.
- Lirismo: Expressão de sentimentos e subjetividade, muitas vezes vinculada ao desejo e à memória.
- Resistência Identitária: A manutenção de tradições, memórias e laços culturais como forma de resistir à opressão e à tentativa de desumanização.
4º Passo: Análise das Alternativas
- A) Sugerir a impossibilidade de manutenção dos afetos.
Incorreta. O texto e as imagens mostram, ao contrário, a manutenção dos afetos como um ato de resistência. - B) Revelar os corpos marcados pela brutalidade colonial.
Incorreta. Apesar de os corpos marcados estarem presentes, o foco principal está na resistência identitária e na preservação dos laços culturais. - C) Representar o abatimento diante da desumanidade vivida.
Incorreta. Embora a desumanidade seja evidente, o tom dos quadrinhos ressalta resistência, não abatimento. - D) Acentuar a resistência identitária dos povos escravizados.
Correta. A obra evidencia como os escravizados preservaram sua identidade, cultura e laços afetivos como forma de resistir à violência colonial. - E) Expor os sujeitos alijados de sua ancestralidade pelo exílio.
Incorreta. Pelo contrário, os quadrinhos mostram a conexão com a ancestralidade como um elemento de resistência.
Dica Geral:
⚠️ Lembre-se de que o tema central é a resistência cultural, evidenciada pelos símbolos de ancestralidade e pela valorização dos laços afetivos.
5º Passo: Conclusão e Justificativa Final
Conclusão:
A alternativa correta é a letra D, pois os quadrinhos destacam a resistência identitária dos povos escravizados, simbolizada pela manutenção dos laços afetivos e pela conexão com suas tradições e espiritualidade, mesmo diante da brutalidade colonial.
Resumo Final:
Os quadrinhos combinam lirismo e violência para mostrar como os escravizados preservaram sua cultura e ancestralidade, transformando esses elementos em uma forma de resistência contra a opressão.