Questão 99 caderno azul do ENEM 2022 PPL – Dia 2

Escrito em 1897, pelo britânico H. G. Wells (1866- 1946), O homem invisível é um livro que narra a história de um cientista que teria desenvolvido uma forma de tornar todos os tecidos do seu corpo transparentes à luz, ao fazer o índice de refração absoluto do corpo humano corresponder ao do ar. Contudo, Wells não explorou no livro o fato de que esse efeito comprometeria a visão de seu protagonista.

Nesse caso, qual seria a deficiência visual provocada? 

A Miopia. 

B Cegueira. 

C Daltonismo. 

D Astigmatismo. 

E Hipermetropia

Resolução em texto

Matérias Necessárias para a Solução da Questão:

  • História do Brasil (Período Escravista, Escravos de ganho)
  • Cultura Afro-Brasileira (Capoeira, batuque, adivinhações e outras práticas)

Nível da Questão: Médio

Gabarito: C) aproveitar as frestas do sistema vigente.


🔹 Passo 1: Análise do Comando e Definição do Objetivo

📌 Comando da Questão (essencial):
“Conforme descritas no texto, algumas práticas culturais afro-brasileiras atuais surgiram em nossa história como estratégias para…”

🔹 Explicação Detalhada:
O texto descreve como escravizados obtinham renda extra a partir de práticas de origem africana — como capoeira, batuque, adivinhação, curandeirismo — para conseguir liberdade ou melhorar suas condições de vida. A pergunta quer identificar qual foi o uso estratégico dessas manifestações culturais dentro do regime escravista.

✔ Palavras-Chave:

  • “práticas culturais afro-brasileiras”
  • “estratégias de sobrevivência”
  • “frestas do sistema vigente”

📌 Objetivo da Questão:
Reconhecer como as práticas culturais afro-brasileiras se converteram em meios de resistência e liberdade, possibilitando brechas no sistema escravista.


🔹 Passo 2: Explicação de Conceitos e Conteúdos Necessários

📌 Conceitos Teóricos Essenciais:

  1. Escravos de ganho:
    • Eram escravizados que trabalhavam em áreas urbanas, geralmente pagando parte do que ganhavam a seus senhores.
    • Tinham maior mobilidade e certa autonomia para realizar serviços, como venda de produtos, pequenos reparos, etc.
  2. Práticas Culturais Afro-Brasileiras:
    • Capoeira, batuque, adivinhação, curandeirismo e outras atividades que surgiram como expressões de identidade e resistência.
    • Essas práticas serviam, em alguns casos, como fonte de renda, abrindo oportunidades de compra de alforria ou melhorias de vida.
  3. Brechas no Sistema Escravista:
    • O regime escravista impunha inúmeras restrições, mas havia “frestas” que permitiam a conquista de pequenas liberdades, como a possibilidade de exercer atividades paralelas para ganhar dinheiro.

🔹 Passo 3: Tradução e Interpretação do Texto

📌 Análise do Contexto:

  • O texto ressalta que escravos usavam atividades como a capoeira ou a adivinhação para gerar renda, adquirindo inclusive a possibilidade de comprar a liberdade.
  • Mostra que essas atividades eram toleradas em alguns espaços, embora fossem vistas com desconfiança.

✔ Frases-Chave do Enunciado:

  • “…práticas culturais afro-brasileiras atuais surgiram em nossa história como estratégias…”
  • “…não eram poucos os escravos que viviam de adivinhar, curar feitiço ou fabricar amuletos…”

🔹 Relação com os Conteúdos:

  • A sociedade escravista tinha mecanismos de controle sobre a mão de obra, mas deixava brechas nas quais os escravizados poderiam agir com maior liberdade.
  • Esses espaços permitiram o surgimento de práticas culturais que persistem até hoje, como a capoeira.

🔹 Passo 4: Desenvolvimento do Raciocínio

📌 Resolução Passo a Passo:

  1. Identificação das Ocupações e Objetivos:
    • Os escravizados realizavam atividades ligadas a saberes africanos (ex.: curandeirismo, capoeira).
    • Isso gerava um ganho extra, fundamental para a busca da alforria.
  2. Caracterização das “Frestas” no Sistema:
    • O regime escravista era restritivo, mas não era monolítico.
    • Havia espaços, principalmente nas cidades, onde os escravizados podiam circular e empreender, gerando renda.
  3. Transformação em Estratégia de Resistência:
    • Essas práticas não apenas garantiam dinheiro, mas também reforçavam a identidade e a coesão do grupo afro-brasileiro.
    • Por meio delas, muitos escravizados conseguiram condições para conquistar sua liberdade.
  4. Permanência na Cultura Atual:
    • Hoje, a capoeira, por exemplo, é reconhecida como patrimônio cultural, representando a ancestralidade africana e a criatividade frente à opressão.

🔹 Passo 5: Análise das Alternativas e Resolução

Reescrevendo as alternativas:

A) “Denunciar a rigidez da estrutura social.”

  • ❌ Embora houvesse denúncia implícita, a principal estratégia era usar brechas, e não denunciar de forma aberta.

B) “Expor a riqueza da herança africana.”

  • ❌ A prática até pode expor essa herança, mas o texto foca em como essas atividades serviam como meios de sustento e resistência.

C) “Aproveitar as frestas do sistema vigente.”

  • ✅ Exatamente o que o texto indica: os escravizados encontravam meios de se sustentar e até comprar a liberdade.

D) “Contestar o preconceito da religião dominante.”

  • ❌ Embora houvesse confronto com práticas religiosas, não é o ponto principal discutido no texto.

E) “Incorporar a disciplina do trabalho compulsório.”

  • ❌ Pelo contrário, eles buscavam libertar-se, não reforçar a disciplina escravista.

✅ Alternativa Correta: C (aproveitar as frestas do sistema vigente)


🔹 Passo 6: Conclusão e Justificativa Final

📌 Resumo do Raciocínio:

  • As práticas culturais afro-brasileiras, surgidas no período escravista, funcionavam como mecanismos de resistência e subsistência. Ao realizá-las, escravizados conseguiam renda para, em muitos casos, adquirir a liberdade. Isso evidencia que tais atividades surgiram como estratégias de sobrevivência, explorando as brechas do sistema escravista.

📌 Reafirmação da Alternativa Correta: C) aproveitar as frestas do sistema vigente.

🔍 Resumo Final: Essas práticas culturais afro-brasileiras (capoeira, adivinhação, curandeirismo, etc.) não só preservaram tradições africanas, mas também deram condições aos escravizados para se movimentar na sociedade e, por vezes, conquistar a liberdade, aproveitando brechas do regime escravista.

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