Seda, madeiras aromáticas e têxteis, obras de arte, lã, cristais e muitas, muitas peças de porcelana chegaram ao Brasil ao longo dos séculos XVII e XVIII. A opulência proporcionada pelo ouro fez com que esses itens fossem ainda mais presentes em cidades mineiras como Ouro Preto, Mariana e Sabará. Esses objetos inspiraram a criação das chinesices, termo que designa um tipo de arte que evoca motivos chineses, presentes em várias igrejas barrocas de Minas Gerais. No Brasil, é bem provável que a inspiração para as pinturas nas igrejas barrocas com pássaros, elefantes, tigres, mandarins e pagodes tenha sido tirada de gravuras, tecidos, móveis e, principalmente, das porcelanas chinesas que circulavam livremente em uma sociedade enriquecida pelo comércio do ouro e pedras preciosas.
MARIUZZO, P. Estudos interdisciplinares ampliam conhecimento sobre chinesice no barroco mineiro. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).
O desenvolvimento do processo artístico descrito no texto foi possível pelo(a)
a) representação arquitetônica.
b) intercâmbio transcontinental.
c) dependência econômica.
d) intervenção estatal.
e) padrão estético.

Resolução em Vídeo
Resolução em Texto
Matérias Necessárias para a Solução da Questão
● Interpretação de Texto
Nível da Questão: Médio
Gabarito: B
1º Passo: Análise do Comando e Definição do Objetivo
O comando solicita uma análise sobre o processo artístico descrito no texto, com foco nas influências que possibilitaram o desenvolvimento da “chinesice” nas igrejas barrocas de Minas Gerais.
Objetivo: Identificar o fator que possibilitou o desenvolvimento da arte chinesa no Brasil colonial.
2º Passo: Interpretação do Texto
O texto fala sobre a influência da cultura chinesa nas obras de arte produzidas em Minas Gerais durante os séculos XVII e XVIII, uma época marcada pela riqueza trazida pelo comércio de ouro. Itens como porcelanas, tecidos e gravuras de origem chinesa foram levados para o Brasil e inspiraram as pinturas nas igrejas barrocas, com temas como pássaros, tigres e pagodes. O desenvolvimento dessa arte no Brasil está diretamente ligado ao comércio e à troca de produtos entre diferentes partes do mundo.
3º Passo: Análise das Alternativas
A) Representação arquitetônica
- Embora o texto mencione igrejas barrocas, ele não foca diretamente na arquitetura, mas sim nas influências artísticas e nos objetos que inspiraram os artistas. O desenvolvimento da arte chinesa no Brasil não aconteceu com base na arquitetura.
B) Intercâmbio transcontinental
- Alternativa correta. O desenvolvimento da arte “chinesice” foi possível graças ao intercâmbio transcontinental, ou seja, à troca de produtos e influências culturais entre continentes. A chegada de itens como porcelanas chinesas, tecidos e móveis ao Brasil possibilitou a inspiração para a criação das obras nas igrejas mineiras, refletindo uma troca cultural e comercial entre o Brasil, a China e outras partes do mundo.
C) Dependência econômica
- Embora o Brasil, especialmente as cidades mineiras, fosse economicamente dependente do ouro, essa dependência não é o que permitiu o desenvolvimento da arte chinesa descrita.
D) Intervenção estatal
- O texto não menciona que o desenvolvimento da arte “chinesice” tenha sido incentivado ou imposto pelo governo ou qualquer tipo de intervenção do Estado.
E) Padrão estético
- O padrão estético das igrejas barrocas pode ter influenciado as obras de arte, mas o que permitiu o desenvolvimento da “chinesice” foi a influência cultural trazida pelo comércio de itens como porcelanas chinesas. O padrão estético não é a principal explicação para a introdução de elementos chineses nas pinturas brasileiras.
4º Passo: Conclusão e Justificativa
A alternativa correta é B) Intercâmbio transcontinental. O texto destaca como a troca de produtos e influências culturais entre diferentes partes do mundo, como a China e o
Brasil, foi fundamental para o desenvolvimento da arte “chinesice” nas igrejas mineiras.
Resumo: O processo artístico descrito no texto foi facilitado pelo intercâmbio transcontinental, que envolveu a troca de produtos como porcelanas chinesas, tecidos e gravuras, que influenciaram as pinturas nas igrejas barrocas de Minas Gerais. Esse intercâmbio trouxe novas ideias e elementos culturais do Oriente para o Brasil, permitindo o desenvolvimento da arte “chinesice”.